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MÃE COM COVID-19 DÁ A LUZ BEBÊ PREMATURO EM UTI DE FORTALEZA, MÉDICA SALVA AMBAS "NO LUGAR CERTO, NA HORA CERTA"

Maria Leidiane e a filha, Liz, estão se recuperando. Obstetra narra como foi a o procedimento e o que sentiu no momento do nascimento.

Por: Alex Albuquerque 


Uma equipe médica do Hospital Geral Dr. César Cals, em Fortaleza, ajudou a salvar a vida de uma mãe que estava grávida de seis meses e meio, mas teve uma complicação pulmonar severa em decorrência da Covid-19. Entubada em uma UTI, a mulher passou por uma cesariana, nessa quinta-feira (4), e a criança nasceu prematura.

A obstetra Sabrina Forte, de 30 anos, publicou o relato em uma rede social, de forma emocionada, e contou que a criança já consegue respirar por conta própria, e a mãe vem melhorando seu quadro clínico.

A paciente estava internada na enfermaria do hospital para tratamento de Covid-19 e estava prestes a voltar para casa para continuar a gerar a filha, porém, teve o seu quadro agravado "drasticamente". De uma quase alta, a mãe, de 24 anos, foi transferida para um leito de UTI. Com o acometimento pulmonar seríssimo, a equipe médica teve de fazer o parto.

  "Fizemos uma cesárea dentro da UTI, e o bebê já não estava com tanto oxigênio porque a mãe estava entubada. Quando eu tirei a bebê, ela já roxinha, aparentemente morta, foi uma angústia", narra Sabrina.

A médica continuou a cuidar da mãe para finalizar a cesárea, enquanto o bebê foi enviado à sala de cuidados. "Quando, de repente, as meninas gritam: 'doutora, tá viva!'. É uma sensação que eu não consigo explicar, meus olhos marejados - nossa! - parece que sai um peso das costas", diz.


A menina de 1,085 kg não conseguia respirar, segundo a médica, por causa da prematuridade, por isso, também foi entubada e vem recebendo os cuidados médicos no hospital. Nesta sexta-feira (5), a bebê já conseguia respirar sem o tubo e até começou a receber leite.

A mãe também está respondendo "super bem", segundo a obstetra. Ela foi transferida de UTI, mas os medicamentos já estão começando a ser retirados para que acorde logo. Do lado de quem cuida, Sabrina só consegue agradecer:

"Quando gritaram que ela tava viva, pra mim, é como se fosse um suspiro de esperança, de que eu tô no lugar certo, na hora certa e meu trabalho tá sendo útil. É como se tudo tivesse feito sentido. Eu até disse pra minha mãe esses dias: se eu morrer da Covid, fiz o meu trabalho, fiz exatamente o melhor que eu sei fazer", desabafa.

'Pacientes estão mais graves'

Sabrina trabalha na linha de frente da Covid-19 desde que o novo coronavírus chegou ao Ceará, em março de 2020. Há um ano, ela já teve pacientes com casos muito graves e que até perderam bebês durante as internações. No Hospital César Cals, a médica já viu alas lotadas no mês de julho passado em decorrência da pandemia.

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