Doença pode ter evolução rápida e ser letal, mas vacinas protegem contra tipos diferentes de meningite.
O Ceará registra casos confirmados de meningite em pelo menos 12 municípios no início de 2022, como monitora a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) com dados atualizados em 5 de março e divulgados neste mês. No período, 26 casos da doença foram confirmados no Estado.
No Dia Mundial de Combate à Meningite, neste domingo (24), a prevenção da doença ganha maior visibilidade e o contexto do Ceará exige atenção devido à baixa cobertura vacinal contra as meningites.
CONFIRA OS MUNICÍPIOS CEARENSES COM CASOS CONFIRMADOS DE MENINGITE ATÉ MARÇO DESTE ANO:
Fortaleza
Caucaia
Aquiraz
Pindoretama
Maranguape
Redenção
Itapiúna
Santana do Acaraú
Quixeramobim
Alto Santo
São João do Jaguaribe
Palhano
A cidade de São João do Jaguaribe, no Vale do Jaguaribe, apresentou o maior indicador detectado pela Sesa com 13,08 casos por 100.000 habitantes. Esse momento inicial serve como alerta para a proteção contra a doença.
A imunização contra a meningite, com as vacinas BCG, Meningococo C, Pentavalente e Pneumocócica, não atingiu a meta em 2020 e 2021. Além disso, o retorno do convívio social sem as restrições da pandemia também facilita a transmissão da doença.
"A meningite é a inflamação da meninge, que é uma membrana que reveste o sistema nervoso central como, por exemplo, o cérebro", explica Lauro Vieira Perdigão Neto, diretor técnico e infectologista do Hospital São José (HSJ).
Por isso a imunização no período adequado e com todas as doses previstas é determinante para a proteção contra as meningites, que podem ser causadas por vírus, bactérias e até fungos.
"A principal forma de prevenção da meningite é manter o calendário vacinal em dia, porque a vacinação permite a proteção e produção de anticorpos contra boa parte desses agentes causadores de meningite", reforça.
ESTÃO DISPONÍVEIS 4 TIPOS DE VACINAS CONTRA MENINGITES PARA CRIANÇAS E 1 OUTRA PARA ADOLESCENTES, CONFORME A SECRETARIA DA SAÚDE.
BCG: Prevenção contra formas graves de tuberculose (incluindo o tipo de meningite causada pela doença) - aplicação em dose única ao nascer.
Pentavalente: Prevenção contra meningite e infecções causadas pelo H. influenzae tipo B - aplicação aos 2, 4 e 6 meses de vida.
Pneumocócica 10 valente: Prevenção contra doenças invasivas e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae - aplicação aos 2, 4 e 12 meses.
Meningocócica C conjugada: Prevenção da doença sistêmica causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C - aplicação aos 2, 4 e 12 meses.
Meningocócica ACWY: Prevenção contra meningite e infecções causadas pela bactéria
Meningococo dos tipos A, C, W e Y. Meningocócica - aplicação em dose única aos 11 e 12 anos.
Sintomas e riscos da doença
A volta das crianças às escolas e ambientes fechados facilita a transmissão das meningites por vias aéreas, como explica o médico pediatra Valderi Júnior. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça e rigidez na nuca. Os pequenos também podem ter maior irritabilidade.
"Tem uma característica muito forte da dor de cabeça, que a gente chama de cefaleia holocraniana, que pega a cabeça inteira da criança", frisa o especialista. Ele destaca a necessidade da avaliação médica rápida para evitar as formas graves da meningite.
"Uma forma gravíssima das meningites é a meningococcemia, é uma disseminação da bactéria pelo corpo inteiro causando, inclusive, lesões de pele que podem necrosar", explica.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE INDICA SINTOMAS E TRATAMENTOS CONFORME A CAUSA DA MENINGITE. CONFIRA AS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
MENINGITES VIRAIS (QUADRO MAIS LEVE)
Sintomas:
Semelhantes aos das gripes e resfriados
Febre
Dor de cabeça
Rigidez na nuca
Perda do apetite
Irritação
Tratamento:
Os medicamentos combatem febre e dor e são úteis para aliviar os sintomas.
MENINGITES BACTERIANAS (QUADROS MAIS GRAVES)
Sintomas:
Febre alta
Mal-estar
Vômitos
Dor forte de cabeça e no pescoço
Dificuldade para encostar o queixo no peito
Manchas vermelhas espalhadas pelo corpo
Nos bebês, a moleira fica elevada.
Tratamento:
Uso de antibióticos aplicados na veia do paciente. Isso precisa acontecer com agilidade para evitar complicações e sequelas.
Já as meningites causadas por fungos ou pelo bacilo da tuberculose, como informa o Ministério da Saúde, exigem tratamento prolongado à base de antibióticos e quimioterápicos por via oral ou aplicados na veia.