O PDT não orientou sua bancada a votar contra a MP da Liberdade Econômica e viu 65% dos deputados votando a favor do projeto do governo.
Por: Alex Albuquerque
Depois de prometer expulsar os parlamentares que votaram a favor da reforma da Previdência, o PDT liberou sua bancada na Câmara para votar como quisesse sobre o texto da Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, que afronta a CLT e libera trabalho aos domingos. Como resultado, 15 dos 23 deputados federais do partido de oposição, incluindo Tábata Amaral (PDT-SP), aderiram à proposta do governo Bolsonaro.
Na votação da Previdência, 9 deputados contrariaram a orientação partidária, votaram a favor da proposta de Guedes e foram suspensos pelo partido, perdendo vagas em comissões. Já na votação desta terça-feira (13), o partido não se posicionou contra a MP 881/19 e liberou a bancada. Quinze parlamentares pedetistas, então, acompanharam o governo.
Horas antes do texto ser apreciado pela Câmara, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi publicou no seu Twitter uma mensagem criticando a MP, mas essa indignação não se refletiu no posicionamento da bancada trabalhista. “Mais um duro golpe ao trabalhador pode ser aprovado hoje. A MP da Liberdade Econômica dificulta a fiscalização de abusos no trabalho. Focam na ‘desburocratização’ para encobrir um domínio cruel do patrão sobre o empregado. Uma manobra perversa”, declarou
Nesta quarta-feira, foi a vez do líder do PDT no Senado, Weverton Rocha, criticar a MP aprovada na Câmara dizendo que ela representa mais uma retirada de direitos. “Se necessário for, tem que judicializar mesmo. Nós não podemos cair nessa pegadinha que dizer que isso é liberdade econômica. Não, isso é retirada de direitos e um atropelo que querem fazer na nossa legislação”, declarou.
O PDT chegou a apresentar um destaque que retirava do texto-base da MP a autorização de trabalho aos domingos e feriados, mas foi derrotado por 291 votos contrários.
Nas redes sociais, o partido, que se define como oposição propositiva, foi alvo de muitas críticas, remetendo inclusive a Leonel Brizola, uma das referências do PDT. “15 deputados votaram a favor do trabalhador folgar só um domingo por mês. Brizola jamais permaneceria nesse partido”, diz um dos comentários.
Traições no PSB
O PSB, ao contrário do PDT, orientou sua bancada a votar contra o projeto, mas viu 13 dos 33 parlamentares desrespeitarem a indicação. Foram dois a mais do que na votação da Previdência. Apenas PT, PSOL e PCdoB votaram integralmente contra o projeto de Guedes.
Confira como votou cada parlamentar do PDT:
Afonso Motta (RS) – Sim
Alex Santana (BA) – Sim
André Figueiredo (CE) – Não
Chico D`Angelo (RJ) – Não
Damião Feliciano (PB) – Não
Eduardo Bismarck (CE) – Sim
Fábio Henrique (SE) – Sim
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Félix Mendonça Júnior (BA) – Sim
Flávio Nogueira (PI) – Sim
Gustavo Fruet (PR) – Sim
Idilvan Alencar (CE) – Não
Jesus Sérgio (AC) – Sim
Leônidas Cristino (CE) – Não
Mário Heringer (MG) – Sim
Marlon Santos (RS) – Sim
Paulo Ramos (RJ) – Não
Pompeo de Mattos (RS) – Sim
Robério Monteiro (CE) – Sim
Silvia Cristina (RO) – Sim
Subtenente Gonzaga (MG) – Sim
Tabata Amaral (SP) – Sim
Túlio Gadêlha (PE) – Não
Wolney Queiroz (PE) – Não
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