Reconhecida pelo trabalho e dedicação aos pacientes, a cardiologista foi homenageada em 2020 quando a Unidade Clínico-Coronariana do Hospital de Messejana passou a ter o nome dela. Amigos de trabalho relembraram a trajetória da profissional
Por: Alex Albuquerque
Amigos há mais de 20 anos, o médico Frederico Arnaud havia falado com a cardiologista Lúcia Belém, de 61 anos, cerca de 40 minutos antes do atropelamento que a vitimou, nesta quinta-feira (21), no bairro Meireles. Momentos depois, o amigo de longa data recebeu a notícia da morte. Ainda em “choque” pelo ocorrido, o médico e outros colegas de trabalho relembram a trajetória da profissional com orgulho. “Ela era uma mãe para o Hospital da Messejana. A gente perdeu um pilar muito importante”.
“A notícia foi um choque imediato. Ainda estamos nesse choque. Parece fora da realidade”, afirma Frederico.
Nascida em Missão Velha, no interior do Estado, Belém foi definida como uma pessoa muito ativa e dedicada ao hospital e aos seus pacientes pelo amigo. Na rotina da médica, que atuava na emergência, estava chegar cedo ao local de trabalho e não ter horário para voltar, relata o amigo.
“Sempre muito preocupada com seus pacientes, brigando contra o sistema e lutando pelas fragilidades que o sistema têm para serem resolvidos. Ela era uma verdadeira leoa: defendia e buscava o melhor para ele [paciente]. Se o acompanhante não tinha dinheiro para passagem, ela dava. Ela fazia o papel de assistente social e médica. Além disso, ela tinha um carisma muito específico. Ela era amiga do faxineiro ao diretor do hospital. Tinha facilidade de dialogar com todos. Era uma relação próxima e intensa”, relembra o amigo.
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