Proposta de reforma foi apresentada por Jair Bolsonaro e tramita na Câmara dos Deputados
Por: Alex Albuquerque
A manifestação contra a proposta de Reforma da Previdência, em Fortaleza, é protagonizada por mulheres. Dentre os participantes estão professores, integrantes de movimentos sociais e centrais sindicais, líderes políticos, trabalhadores da construção civil e estudantes.
A Reforma da Previdência, que foi apresentada por Jair Bolsonaro e tramita no Congresso, determina idade mínima de 65 anos para homens, 62 anos para mulheres e aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos.
O grupo saiu da Praça da Imprensa e segue rumo à Praça Portugal pela avenida Desembargador Moreira, na manhã desta sexta-feira, 22.
A manifestação segue pacífica e sem tumulto. O POVO Online não identificou policiais ou agentes de segurança. Há registro de engarrafamentos na região. Mulheres de sindicatos e movimentos sociais estiveram presentes
De acordo com os manifestantes, o projeto para a Previdência brasileira retira direitos dos trabalhadores e dificulta a aposentadoria. Patricia Facó, da Central dos Sindicatos Brasileiros, afirma que o movimento foi puxado para "mostrar que a classe trabalhadora não fez o rombo da Previdência" e, portanto, os trabalhadores não deveriam "pagar" por isso. A líder também pontuou que a reforma prejudica as mulheres - que são maioria no ato na Capital.
A projeção dos organizadores dá conta de 15 mil presentes na manifestação. Muitos são professores. Por conta disso, aulas em escolas municipais, estaduais e em universidades foram suspensas nesta sexta-feira.
Will Pereira, estudante de 22 anos, afirma participar do momento pelo futuro das pessoas jovens e porque não quer "trabalhar até morrer". "Matematicamente falando, é praticamente impossível os jovens da periferia se aposentarem aos 60 anos ou 70 por causa da mortalidade", justifica.
O percurso entre a Praça da Imprensa e a Praça Portugal durou cerca de duas horas, com manifestantes ocupando grande parte das duas faixas da avenida Desembargador Moreira. Carros de som tocavam músicas que criticavam o governo de Jair Bolsonaro. "Se o povo se unir, a reforma vai cair", dizia uma das canções. Um boneco do presidente levado pelos organizadores foi vaiado pelos presentes.
"Mulheres, agricultoras, professoras e idosos serão os maiores prejudicados. Além disso, a reforma dificulta o acesso a uma série de benefícios e estabelece que idosos carentes irão receber somente R$ 400 entre os 60 e os 70 anos, quando passam a ganhar um salário mínimo. A reforma também pretende implantar o modelo de capitalização que beneficia banqueiros e especuladores", afirma, em nota, o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort).
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