Moradores da região afirmam haver outros cadáveres na área do mangue.
Oito corpos foram retirados de um manguezal no bairro das Palmeiras, em São Gonçalo (RJ), nesta segunda-feira (22). Conforme os moradores, que vivem no Complexo do Salgueiro, ainda havia outros cadáveres na área de mangue. Seis das oito vítimas foram identificadas pela Polícia Militar fluminense. As informações são do portal G1.
Após os achados dos corpos, as vítimas foram enfileiradas em um terreno baldio no início da manhã. Conforme a Corporação, quatro deles estavam com roupas camufladas, e um não tinha passagens pela Polícia.
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, afirmou que a quadrilha que domina as comunidades do Complexo do Salgueiro, liderada por Antônio Ilario Ferreira, o Rabicó, preparou-se para enfrentar o Batalhão de Operações Especiais (Bope).
“As vestimentas desses que estão sendo retirados são camufladas”, destacou. “Esse resultado [oito mortos] não é esperado em um mundo civilizado”, avaliou.
CONFRONTOS
No fim de semana, a Polícia Militar e os traficantes realizaram um tiroteio na área, e as mortes ocorreram na ocasião. Um agente, identificado como sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, também foi a óbito devido à troca de tiros.
O sargento foi atacado a tiros por criminosos durante um trabalho de patrulha em Itaúna, bairro vizinho às Palmeiras e também parte do Complexo do Salgueiro. Apesar de encaminhado a um hospital, ele morreu na unidade de saúde.
Com a mobilização do Bope, os embates se agravaram. Moradores do bairro afirmaram que houve uma chacina no local.
"Os corpos estão todos jogados no mangue, com sinais de tortura. As pessoas, uma jogada por cima da outra. Estava com sinal totalmente de chacina mesmo, disse uma testemunha.
Uma residente da região afirmou que as mães das vítimas entraram no mangue para tentar puxar os corpos. "Muito conhecido da gente aqui morreu. A gente estava gritando no mangue para ver se consegue tirar, mas todos mortos", afirmou outra moradora.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmou, em nota, ter recebido relatos sobre "a violenta operação no Complexo do Salgueiro". O fato foi comunicado ao Ministério Público para que medidas cabíveis fossem adotadas a fim de "interromper as violações".
PERÍCIA
O tenente-coronel não comentou as denúncias; ele disse aguardar a realização de perícia. Uma nova operação seria realizada ainda nesta segunda para fazer escolta de legistas até o local do achado dos corpos.
“Estes confrontos foram intensos, foram na área de mangue, é uma área de difícil trânsito. Logicamente estamos falando de um momento em que marginais estavam no interior da mata fechada”, destacou o porta-voz ao telejornal Bom Dia Rio.
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