O pedófilo gostava de ostentar nas redes sociais e fazia questão de transparecer uma vida de luxo
Por: Alex Albuquerque
A exigência era clara quando o assunto envolvia prostituição para o rondoniense pedófilo Wolfika Sol Sol Leles, de 50 anos, natural de Guajará-Mirim: as meninas violentadas por ele deveriam ter, no máximo, 12 anos, e não poderiam pesar mais do que 39 quilos. O homem, que se apresentava como empresário e operador do mercado financeiro, acabou preso preventivamente em uma operação sigilosa deflagrada pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), na tarde de sábado (08), quando deixava um motel, em Ceilândia (DF), com duas adolescentes dentro de seu carro.
Uma delas, de 15 anos, seria responsável por aliciar para o criminoso outras garotas de seu círculo social. Segundo a polícia, Wolfika oferecia entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil por cada programa com as menores. De acordo com a investigação, quanto mais nova, mais cara custava a relação. A fim de evitar olhares curiosos, o suspeito sempre marcava os encontros no meio da semana, entre 17h e 18h, intercalando três motéis em Ceilândia.
A outra menina que estava no veículo com o suspeito tinha 14 anos e já havia sido agenciada e apresentada a Wolfika como se tivesse 12. De estatura baixa e muito esguia, o pedófilo acreditou que ela, de fato, teria tal faixa etária. Já na delegacia, a menor apontada como organizadora dos encontros sexuais de Leles prestou depoimento e admitiu participação no esquema de prostituição. Por ter idade inferior a 18 anos, foi ouvida na qualidade de vítima.
VIDA DE LUXO
Os investigadores da DPCA seguiam os passos do criminoso há uma semana. No decorrer das diligências, descobriram que o pedófilo morava com a esposa em uma suíte sofisticada no Hotel Royal Tulip, às margens do Lago Paranoá. Ele era conhecido pelos funcionários por dar generosas gorjetas: algumas de até R$ 1 mil. O bandido estava hospedado em um dos quartos mais caros do estabelecimento.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no quarto de Leles, os agentes encontraram joias e aproximadamente 200 notas de 100 dólares, aparentemente falsas, de acordo com as primeiras análises. No aposento, localizaram também algumas bolsas de luxo. A polícia, agora, quer saber desde quando o abusador vivia no hotel e quantas vítimas pode ter feito.
O pedófilo gostava de ostentar nas redes sociais e fazia questão de transparecer uma vida de luxo. Nas postagens, sempre mostrava uma rotina sofisticada: jantares em restaurantes finos, viagens a locais paradisíacos, entre outros. O acusado também dirigia carros e motocicletas luxuosos, sempre alugados em nome de terceiros, já que responde a processos criminais em outros estados e poderia ser identificado.
RASTRO DE CRIMES
Wolfika Leles é suspeito de aplicar golpes em pelo menos sete unidades da Federação: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e, mais recentemente, Roraima. Por meio de empresas de fachada ou em nome de laranjas, o grupo comandado pelo pedófilo oferecia propostas vantajosas para investidores no mercado financeiro, mas pediam que os clientes dessem uma entrada em dinheiro.
Em Rondônia, ele foi denunciado por infração ao art. 150, 1o, do Codigo Penal, crime de Violação de domicilio. A denuncia que foi recebida é de 2002. O réu foi citado por edital e não compareceu a audiência de interrogatório designada, sendo decretada a sua revelia.
De acordo com investigações do Ministério Público de Santa Catarina — estado onde parte da quadrilha foi presa —, ainda em 2010, vítimas chegaram a repassar entre R$ 30 mil a R$ 188 mil aos falsários com a promessa de ver o dinheiro aplicado render. Com a prisão de Wolfika, a Polícia Civil do DF informou que notificará os demais estados sobre a detenção do estelionatário. A intenção é saber se ele cometeu delitos semelhantes em outras cidades país afora.
Fonte: 015 - Folhadosulonline
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