Parlamentares estiveram ontem no gabinete do ministro da Justiça e Segurança Pública e levaram pleitos para o Estado
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, recebeu ontem, 26, em seu gabinete, deputados cearenses. O encontro teve início às 16h30min e durou aproximadamente meia-hora. Na oportunidade, deputados apresentaram demandas e sugeriram aperfeiçoamentos ao pacote anticrime apresentado pelo ministro no último dia 19.
Conforme o coordenador da bancada cearense na Câmara, o deputado Domingos Neto (PSD) solicitou aos cearenses apoio ao conjunto de medidas anticrime, além do auxílio da bancada para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dê urgência aos três projetos - o pacote foi fatiado.
Neto afirmou que o debate sobre segurança pública centrou-se, principalmente, no cenário das penitenciárias locais. Ele diz que foi reforçada a intenção já expressada pelo governador Camilo Santana (PT) de que 90 agentes penitenciários auxiliem os cárceres do Estado.
O parlamentar disse ter sugerido que o bloqueio de celulares nos presídios, projeto que já passou pelo Senado, fosse incorporado ao pacote anticrime.
O deputado Capitão Wagner (Pros), por sua vez, apresentou ao ministro proposta de liberação do armamento apreendido em ocorrências para uso dos órgãos de Segurança Pública. As duas ideias, disseram os deputados, foram bem recebidas.
Wagner afirmou ainda que diverge do pacote quando o texto prevê divulgação de nomes de facções e milícias. Ele entende que isto daria glamour desnecessário aos grupos criminosos.
Sobre a vinda de agentes penitenciários, Wagner adiciona que o ministro destacou limitações econômicas, ao que ele respondeu que a logística seria custeada pelo Governo do Estado. Assim, disse Wagner, Moro afirmou que avaliaria a possibilidade.
Também presente, Roberto Pessoa (PSDB) diz que cobrou indenização federal aos prédios públicos e privados que foram alvos de ataques no Ceará. O parlamentar disse que Moro consultaria a viabilidade legislativa da sugestão.
O deputado Celio Studart (PV) afirmou ter destacado o alto índice de feminicídio no Estado. Entretanto, criticou a atenção dada por Moro aos deputados. "Ele inclusive encerrou a reunião de forma abrupta, disse que estava atrasado e que não esperava que viessem tantos parlamentares".
Em dado momento da audiência, diz Studart, Leônidas Cristino (PDT), inscrito para falar, disse que não contribuiria mais com a discussão.
O pedetista criticou a disponibilidade de Moro. Para Cristino, "a pressa" de Moro impediu discussão mais aprofundada sobre o tema. "Acho que ele deveria ter dado um tempo maior para que a gente pudesse fazer as colocações necessárias".
Pessoa minimizou a questão, afirmando que, quando teve a palavra, Cristino apenas elogiou aliados locais. Ele contra-argumentou. Disse que o Ceará, pelo amplo investimento feito na área nos últimos 12 anos, poderia ser um laboratório para o Governo. Sobre apoio ao pacote, Cristino diz que definirá juntamente com o PDT, que, segundo ele, discutirá após o Carnaval.
O POVO
Por: Alex Albuquerque