Pedido de uso emergencial pode ser feito após resultados de análise primária
O Governo de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira (23), que o Instituto Butantan pediu autorização para o início dos testes com a Butanvac à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O anúncio, encabeçado pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), foi feito no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo, em entrevista coletiva com medidas contra o novo coronavírus. O governador João Doria não participou do evento.
Sem necessidade de importação de insumos, a vacina será produzida pelo próprio Butantan. "É uma vacina que será muito rapidamente produzida integralmente no Brasil, não depende de nenhuma importação de matéria-prima. Uma capacidade enorme de produção já a partir inclusive da próxima semana", destacou Dimas Comas, diretor do Butantan.
O protocolo do estudo clínico de fases 1 e 2 já foi enviado à Anvisa. A duração máxima prevista é de 20 semanas, mas a partir da 16ª haverá resultados de análise primária, possibilitando o pedido do uso emergencial. Dimas Comas já tinha afirmado esperar que a aprovação fosse "rapidamente deferida".
"É uma vacina que pode fazer diferença a partir do segundo semestre. Diferença para o Brasil e para outros países, porque temos grande capacidade de produção", disse Covas.
COMO A BUTANVAC FUNCIONA
A Butanvac usará o vírus da doença de Newcastle — patógeno de uma síndrome respiratória aviária que não causa sintomas em humanos — como vetor viral. Esse vírus é modificado geneticamente para expressar a proteína da espícula do novo coronavírus, podendo gerar resposta imunológica contra o causador da Covid-19 no organismo.
A Butanvac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, foi anunciada oficialmente no dia 26 de março. O imunizante já teria passado, naquele momento, pelas fases pré-clinicas de testes (em células de laboratório e em animais) com bons resultados, de acordo com o Instituto. Os outros testes estavam previstos para este mês.
QUEDA NOS ÍNDICES DA COVID-19 EM SÃO PAULO
Garcia também anunciou que pela primeira vez, depois de dois meses, o estado de São Paulo apresentou uma queda no número de óbitos, casos e internações. O vice-governador atribuiu os índices à "vacinação, às medidas do Plano São Paulo e ao apoio da população".
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, reiterou os novos números e os explicou no evento. "Casos tivemos [queda] em 14,3%. Nas internações, tivemos uma queda de 6%. E de óbitos 23,6%. É importante lembrar que nós já vínhamos apresentando uma queda nas últimas quatro semanas de internações", pontuou.
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