O deputado Sérgio Aguiar (PDT) fez um alerta, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta terça-feira (04/06), sobre a importação de camarão congelado oriundo do Equador e Peru, que, segundo estudo apresentado pelo parlamentar, pode afetar o cultivo e o consumo de camarão em estados nordestinos.
Citando um parecer elaborado pelo curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sérgio Aguiar chama a atenção para os "graves efeitos nocivos" da importação de crustáceos vindos desses países sul-americanos que, segundo estudo técnico, não apresentam o mesmo rigor sanitário que é exigido da produção local dos carcinicultores. Ele solicita a adoção de "medidas sanitárias urgentes".
Conforme Aguiar, o parecer da UFC cita "a necessidade de proteção contra o risco de introdução no território nacional de agentes causadores de enfermidades que impactam negativamente sobre a condição sanitária do País, a sustentabilidade das cadeias produtivas e a fauna brasileira de animais aquáticos".
O parlamentar ressaltou que o Ceará tem na produção do camarão o seu maior item de exportação e alertou sobre a possibilidade de enfermidades afetarem o cultivo de camarão do Nordeste. Além do Ceará, Sérgio Aguiar listou ainda Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Bahia como estados criadores de camarão que seriam possivelmente afetados.
Sérgio Aguiar mencionou que seu apelo é compartilhado com a Secretaria da Pesca e Aquicultura (SPA) e com o governador Elmano de Freitas (PT). "Estamos aqui para defender com todo o nosso vigor a produção do camarão do nosso estado do Ceará e do Brasil, em detrimento da importação do camarão do Equador, que pode fazer com que haja prejuízo extremo", disse.
Dessa forma, o parlamentar também pede apoio dos deputados federais. "A bancada do Ceará em Brasília precisa se mobilizar para impedir que a importação de camarão comprometa a cadeia produtiva da carcinicultura no Ceará e no Brasil", frisou.
Em aparte, os deputados De Assis Diniz (PT) e Leonardo Pinheiro (Progressistas) endossaram o apelo feito pelo parlamentar. Diniz defendeu a discussão na Alece para que haja "proteção e defesa dos nossos aquicultores", já que a importação pode impactar também os empregos gerados pela produção de camarão no Ceará.
Leonardo Pinheiro, por sua vez, ressaltou a importância da cadeia produtiva de carcinicultura no Ceará e lembrou que, "por não ter manejo adequado, ele (camarão importado) consegue chegar a um preço mais barato aqui", enfatizou.
*ALECE
Por Vandecy Dourado
Edição: Lusiana Freire
DIA 12/06, EM SOBRAL: JOSÉ AUGUSTO