Termina, nesta segunda-feira (1º), o prazo para os parlamentares apresentarem as áreas nas quais serão aplicadas as emendas ao Orçamento Federal de 2021, que ainda será votado pelo Congresso Nacional. A bancada cearense já enviou o destino das suas verbas desde a semana passada, mas essa definição foi recheada de divergências, principalmente por parte de deputados de oposição ao governador e também por aliados, que cobraram diálogo com Camilo dias antes da reunião da bancada, na última semana.
Hospital Uece
Como em outros anos, o chefe do Executivo Estadual solicitou, em 2021, metade dos recursos das emendas de bancada para a construção do hospital universitário do Estado. Em 2020, Camilo pediu metade das emendas de bancada para o mesmo objetivo, mas o dinheiro acabou sendo realocado pelos congressistas para ações de combate à Covid-19.
O governador já assinou, em janeiro deste ano, a ordem de serviço para a construção do primeiro hospital universitário do Ceará, que terá mais de 650 leitos de internação e atenderá 27 especialidades médicas. O prazo para entrega do equipamento é abril de 2022 e a unidade de saúde faz parte de um pacote de investimentos para modernização da saúde pública no Estado.
O montante das emendas de bancada foi dividido entre os 25 parlamentares da bancada cearense (22 deputados federais e três senadores), o que dá R$ 9,6 milhões para cada um. O acordo que tentou ser negociado pelo coordenador da bancada cearense, deputado Genecias Noronha (SD), para atender à solicitação do governador, é que cada parlamentar destinasse metade da sua emenda - R$ R$ 4,8 milhões - para o Governo do Estado. A outra metade seria distribuída de acordo com o critério que cada um adotasse. Em geral, os recursos vão para os municípios que são bases eleitorais dos congressistas.
Dos 25 parlamentares do Ceará, a maioria destinou metade das suas emendas de bancada para o Governo do Estado, totalizando R$ 112,8 milhões. Alguns, inclusive, mandaram o total de R$ 9,6 milhões das suas emendas, como os deputados federais Idilvan Alencar (PDT) e José Guimarães (PT) e o senador Tasso Jereissati (PSDB). O senador Cid Gomes (PDT), um dos principais aliados de Camilo, enviou R$ 7,6 milhões para o Governo estadual.
O pagamento das emendas ao Estado deverá ser feito ao longo do ano.