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CASOS DE DENGUE EM FORTALEZA ATÉ MARÇO CRESCEM QUATRO VEZES

Em meio à pandemia da Covid-19, incidência da arbovirose nos três primeiros meses do ano já é maior que o mesmo período de 2019 e aponta para cenário epidêmico, preocupando sistema de saúde municipal; prevenção é crucial


Por: Alex Albuquerque 


Quando o novo coronavírus não havia chegado sequer ao Ceará, epidemiologistas do Estado já alertavam sobre a possibilidade de uma sobreposição de epidemias por aqui, um risco à população e ao sistema de saúde público. O cenário, então, tem se concretizado. Enquanto a pandemia da Covid-19 já assola Fortaleza, com mais de 2,7 mil casos confirmados, a quantidade de confirmações de dengue também cresce: já são 1.607 diagnósticos, cerca de quatro vezes mais que o registrado em igual período de 2019, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Entre janeiro e março do ano passado, até a 14ª semana epidemiológica, os dígitos que contabilizaram a incidência de dengue na capital cearense mostraram um cenário menos grave: foram 274 pacientes com diagnóstico da doença no trimestre. Em 2020, neste mesmo período, a soma foi 1.202 pacientes positivos para dengue. Já até a 15ª semana epidemiológica deste ano, que abarca até 11 de abril, Fortaleza já registrava mais de 1.600 infectados. A reportagem solicitou o boletim da 15ª semana de 2019 à SMS, mas a Pasta informou não dispor dos dados, por uma falha do sistema, à época.
Além da dengue, arbovirose mais presente no nosso território, Fortaleza soma ainda 40 casos confirmados de chikungunya e um de zika, cenário semelhante ao do ano passado, quando foram contabilizados 37 casos da primeira e nenhum da segunda, no período. 
Segundo Nélio Morais, coordenador da Vigilância em Saúde (Covis) de Fortaleza, as arboviroses "continuam a preocupar", principalmente em bairros como Jangurussu, Conjunto Palmeiras e Messejana, todos na Regional VI. Ele analisa que, com o avanço do novo coronavírus, um aumento também no número das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti pode prejudicar o sistema de saúde.
"Estamos vivendo um desafio mundial, que é a pandemia do coronavírus. Não podemos nem imaginar ter em Fortaleza uma situação parecida com a que já temos deste novo vírus. Isso transtornaria nossa rede de atendimento, que está focada nessa outra doença", aponta Morais".
Por meio de dados do Sistema de Notificação de Agravos (Sinan), Nélio afirma que já é possível perceber o início de um "padrão epidêmico" nos registros de dengue na cidade. Por esse motivo, a arbovirose tem sido "o maior foco de combate" do monitoramento de endemias. "A cidade passa pelo monitoramento nacional, que é o Sistema de Notificação de Agravos, e ele nos dá o respaldo de identificar e analisar a tendência e a distribuição espacial desses casos, monitorados pelo chamado Diagrama de Controle. Nele, se observa determinada doença, se ela está dentro de um padrão endêmico. Hoje, por exemplo, a dengue já começa a apresentar para a linha de um padrão epidêmico, o que significa estar extrapolando o número de casos para o período em estudo", reconhece Nélio.
No entanto, sistemas de monitoramento locais também são usados para tentar frear uma possível epidemia. "O último sistema que nós implantamos na cidade identifica a doença no momento do atendimento do paciente em unidades de saúde. Quando o profissional está preenchendo uma ficha, os dados já são captados pela vigilância epidemiológica e isso oportuniza uma ação efetiva", explica o coordenador. A partir daí, equipes podem ser direcionadas em até 72 horas para o local onde a pessoa infectada reside. A intenção é evitar a reprodução do mosquito e destruí-lo por meio da aplicação de inseticida.
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