A maioria dos brasileiros, contudo, rejeita a política armamentista do presidente. O que significa que a declaração pode ter saído pela culatra.
"Não se esqueçam que o outro cara, o de nove dedos, falou que vai acabar com a questão de armamento no Brasil. Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar biblioteca, como se ele fosse algum exemplo para isso", disse Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou que as lojas de armas cresceram em 72% e os clubes de tiro, em 91%.
A intenção do presidente foi criticar Lula frente aos seus seguidores que defendem a liberação da posse e do porte de armas de fogo, e os CACs (caçadores, atiradores esportivos e colecionadores), grupos que fazem parte da audiência de sua live semanal, transmitida através de suas redes sociais.
De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada no mês de maio, 72% da população discorda da frase "a sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência".
Mulheres (78%), pessoas que se autodeclaram pretas (78%) e quem ganha até dois salários mínimos (75%) discordam mais da frase que os outros grupos sociais.
Ao mesmo tempo, 71% discordam da frase "É preciso facilitar o acesso de pessoas às armas", dos quais 77% das mulheres e 64% dos homens.
A política de Bolsonaro para armamentos ajuda a explicar a razão de a sua rejeição entre mulheres ser maior que a entre os homens: apenas 21% delas declaram voto nele, enquanto 49% afirmam que preferem Lula. No total geral, o petista lidera a corrida por 47% a 28%.
Por fim, 69% dos brasileiros afirmam discordar e 28% concordar com um dos principais lemas do presidente: "O povo armado jamais será escravizado".