Depois de meses de incertezas e desgastes, o PDT definiu, nesta segunda-feira (18), o ex-prefeito Roberto Cláudio como pré-candidato do partido ao Governo do Ceará. Sem consenso, a decisão só veio depois do voto de pedetistas em reunião do diretório estadual.
Principal articulador da pré-candidatura de Izolda Cela, o ex-governador Camilo Santana (PT) está mais petista do que nunca.
O ex-governador Camilo Santana tem, inclusive, trabalhado nos bastidores pela possibilidade de o partido ter candidatura própria ao Governo do Estado.
A demanda dos petistas é justificada também para a construção de um palanque forte para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Ceará.
Uma provável candidatura petista com apoio de Lula e Camilo pode dividir os votos da ala governista. O desafio do PDT é buscar diálogo com o principal aliado desde 2006, evitando a fragilidade no palanque.
ROMPIMENTO DE ALIADOS
Outro desafio dos pedetistas é evitar que em uma eventual candidatura do PT antigos aliados do grupo desembarquem do governo.
Reunião nos últimos dias entre PT, PV, PCdoB, PP e MDB foi vista nos bastidores como o ensaio de uma aliança eleitoral em caso de ruptura entre PT e PDT.
Depois que mais de 60 prefeitos defenderam que a governadora Izolda Cela disputasse a reeleição, o núcleo do PDT no Ceará precisará realinhar os esforços com lideranças do interior, muitos deles estão ligados ao ex-governador Camilo Santana.
O próprio prefeito de Caucaia, Vitor Valim, liderança no segundo maior colégio eleitoral do Estado, se comprometeu a apoiar a reeleição da governadora, mas se recusa a apoiar o ex-prefeito Roberto Cláudio.
A capacidade de diálogo será fundamental para que a estrutura governista não se desmembre a ponto de colocar em risco a continuidade do grupo no comando do Palácio da Abolição.
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