FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA: Semana de Adoção 2019, que começa hoje, vai discutir desafios para adoção de diferentes perfis. Informação é prioritária para que processo seja efetivado da melhor maneira
Por: Alex Albuquerque
Ednete da Costa lima, 37, professora, e seus dois filhos, João Gabriel Lima Castro e Erika Lima Castro
Existem mais 45 mil pretendentes no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), 726 no Ceará. A fila de crianças cadastradas soma pouco mais de nove mil, sendo 266 cearenses. Duas listas que, para conseguirem se unificar, dependem da burocracia, do tempo, de estrutura e de vínculos. Um processo extenso, que tem como facilitadora a informação.
A preferência por perfis de crianças brancas, do sexo feminino e menores de 3 anos diminuiu. Um dos grandes desafios hoje é que haja mais interesse por adoção de grupos de irmãos. Outros números também não se encontram: enquanto cerca de 70% das crianças à espera de um lar têm irmãos, aproximadamente 70% dos pais que querem adotar almejam um único filho.
Este é um dos temas que serão debatidos durante a Semana de Adoção 2019, que inicia hoje no Fórum Clóvis Beviláqua. Adoção tardia e de crianças com problemas de saúde também serão centro das discussões. Ednete Lima, 37, mãe do Gabriel, 6, e da Érica, 13, afirma que conscientizar os pais para as dificuldades da adoção é fundamental. Principalmente se as crianças tiverem longo período de abrigamento institucional. "Às vezes, a criança chega totalmente desorganizada e os pais se assustam. É preciso entender que rotinas comuns às famílias não acontecem nos abrigos", relata.
Ednete adotou Gabriel aos três anos e Érica aos sete. Optou pelas idades para que não precisasse lidar com o tabu de as crianças saberem sobre a adoção. "A independência deles em tarefas diárias também era importante", ressaltou, reconhecendo, porém, que precisou abrir mão de muita coisa para receber o pequeno Gabriel.
De acordo com Diogo Cals, membro do grupo de apoio à adoção Rede Adotiva, é preciso informação. "Existe uma luta muito grande para que se construa uma cultura de adoção, em que as pessoas entendam o que é, como funciona a partir da dimensão legal e que procurem realizar da melhor maneira", defende.
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