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DNOCS DEIXA DE INTALAR QUASE 90% DOS POÇOS PERFURADOS NO CEARÁ NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS

Diante do cenário de seca no Estado, a não conclusão das obras hídricas por parte do órgão federal é assustadora


O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) deixou de instalar no Ceará, nos últimos três anos, 89,6% dos poços perfurados com vazão comprovada. Ou seja, com a garantia de ter água na conclusão da instalação do equipamento. O dado foi obtido com exclusividade pela coluna através da Lei de Acesso à Informação.

Em 2018 foram perfurados 318 poços, mas apenas um foi instalado pelo órgão. De acordo com o Departamento, em 59 das perfurações não foi encontrada água, o que é definido como poço seco. Assim, das obras que deveriam ser feitas em 259 unidades com vazão (com água comprovada) naquele ano, em 99,61% delas ficou pelo caminho.
No ano seguinte, o percentual de obras de poços com vazão, e não concluídas, chega a 97,82%. Já em 2020, o índice é um pouco menor, de 66,40%, mas ainda alto. Entre 2018 e 2020, foram 433 perfurações com vazão e 388 não instalados. 

O índice de poços secos perfurados pelo Dnocs no Estado variou entre 13% e 24% no período de 2013 e 2020.

CENÁRIO

Em agosto de 2019, o Diário do Nordeste já havia abordado o assunto em relação aos números compreendidos entre os anos de 2013 e 2016.

Na época, o Dnocs argumentou que faltaram recursos para as conclusões das obras e que algumas prefeituras finalizariam as instalações - o que não estava acordado com os gestores municipais.

A reportagem visitou o distrito de Ladeira Grande, em Maranguape - um dos pontos mapeados no relatório oficial do órgão de obra não concluída. 

Os moradores não tinham água de segunda a sexta-feira. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é quem disponibilizava o serviço apenas no fim de semana.
Para eles e outras comunidades no Ceará, a construção de um poço é demanda de primeira ordem. Afinal, água é um elemento básico na vida de qualquer pessoa.

EXECUÇÃO

O índice de execução das obras hídricas por parte do órgão federal é assustadoramente baixo. Para um Estado que sofre todo ano com a falta d'água, é um escândalo.

A coluna procurou o Departamento pedindo explicações sobre o índice irrisório de instalação dos equipamentos hídricos, mas ainda não recebeu retorno.

Assim que houver um posicionamento oficial do órgão, a coluna atualiza a informação.

FONTE:  Wagner Mendes

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