Cid Gomes (PDT-CE) acredita que Paulo Guedes pode deixar Ministério da Economia em breve. Ressaltando que o cenário econômico brasileiro já era grave antes mesmo da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, o senador disse que as visões conflitantes entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) serão o motivo de sua saída.
O senador participou hoje do UOL Entrevista, com os colunistas Tales Faria e Carla Araújo. "Acho que ele [Guedes] não aguentará muito tempo. Na medida em que o Bolsonaro coloca as unhas de fora, as visões são conflitantes. Embora o Bolsonaro não tenha estudo ou compreensão científica de economia, ele quer 'dar pitaco' e mandar em tudo. Eles já estavam 'de mal', ele estava entrando na frigideira do Bolsonaro. Veio a pandemia, então ele [Bolsonaro] resolveu dar mais um tempo para o Paulo Guedes. Mas não acredito na manutenção, não por ele, porque no fundo acho que gosta disso, mas acho que não durará muito tempo", disse Cid Gomes.
"O Paulo Guedes está mais perdido que cego em tiroteio. Ele é de uma figura em uma escola de economia que prega liberalismo, estado mínimo, privatização e zero déficit público. Vai cair e está caindo, já caiu, na mão dele o maior déficit público da história deste país. O anterior, o que justificou, para alguns, o impeachment da Dilma, foi R$ 130 bilhões. Ele vai praticar algo superior a R$ 400 bilhões ou R$ 500 bilhões", reforçou o senador.
Teve uma pandemia, mas o acaso colocará no colo dele [Guedes] o maior déficit público da história do Brasil. Em meados de abril, surgiram rumores de que Paulo Guedes pediria demissão do cargo. Na ocasião, Bolsonaro chegou a dizer que o ministro era o homem que decide a economia no Brasil" para tentar recuperar seu prestígio no comando da pasta. Ainda assim, Cid Gomes acredita que a saída de Guedes é uma "questão de tempo".
"O Bolsonaro, por essência, não é um liberal, é um conservador nos costumes. Mas a formação dele, a vida inteira, as expectativas apontam para uma compreensão de um papel muito relevante do Estado. É a antítese do que pensa o Paulo Guedes", disse.
PUBLICIDADE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário