Presidente disse que não temerá quando for "a hora" de utilizar a caneta para tirar as pessoas que se destacam no governo. O chefe do executivo federal vem protagonizando troca de farpas públicas com o ministro da Saúde dele, Luiz Henrique Mandetta
Por: Alex Albuquerque
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que demitirá integrantes do Governo que "viraram estrelas" no momento em que considerar adequado. Apesar do bate-cabeça com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o chefe do Executivo federal preferiu não endereçar a ameaça. A declaração foi dada a um grupo de religiosos que se reuniu em frente ao Palácio da Alvorada, neste domingo, 5.
"(Em) Algumas pessoas do meu governo, algo subiu à cabeça deles. Eram pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas. Falam pelos cotovelos, têm provocações... A hora D não chegou ainda, não. Vai chegar a hora deles, porque a minha caneta funciona”, prometeu o presidente. Bolsonaro e Mandetta têm trocado farpas publicamente por não concordarem sobre o isolamento social durante a pandemia de coronavírus.
Ele também disse que “não tem medo de usar a caneta, nem pavor”. “E ela vai ser usada para o bem do Brasil. Não é para o meu bem. Nada pessoal meu”, completou.
Ele também disse que “não tem medo de usar a caneta, nem pavor”. “E ela vai ser usada para o bem do Brasil. Não é para o meu bem. Nada pessoal meu”, completou.
Bolsonaro escancarou seu descontentamento com Mandetta na última semana. O presidente disse que falta "humildade" ao ministro e, embora tenha afirmado que não pretende dispensá-lo "no meio da guerra", ressaltou que ninguém é "indemissível" em seu governo.
O protagonismo do auxiliar diante da crise envolvendo a pandemia do coronavírus já vinha incomodando o presidente há algum tempo. Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre as declarações de Bolsonaro feitas na última quinta-feira, 2, Mandetta respondeu: "Trabalho, lavoro, lavoro", repetindo a palavra que significa "trabalho" em italiano.
No dia seguinte às declarações do chefe, Mandetta disse que continuaria no governo, afirmando que um médico não abandona o seu paciente. O incômodo de Bolsonaro não está restrito apenas à insistência de Mandetta em apoiar as quarentenas decretadas pelos Estados. O presidente também está extremamente irritado com o crescimento da popularidade de seu ministro, enquanto vê sua reprovação crescer entre a população, com atestam as pesquisas desta última semana.
Neste domingo, 5, o escritor e guru dos bolsonaristas, Olavo de Carvalho, pediu a saída do ministro da Saúde sob a justificativa de que a escolha para o cargo concedido a Mandetta considerou apenas “critérios técnicos” e não ideológicos.
Neste domingo, 5, o escritor e guru dos bolsonaristas, Olavo de Carvalho, pediu a saída do ministro da Saúde sob a justificativa de que a escolha para o cargo concedido a Mandetta considerou apenas “critérios técnicos” e não ideológicos.
Fonte: Agência Estado
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