Segundo o presidente, as Forças Armadas iriam às ruas "para acabar com essa covardia de toque de recolher"
Por: Alex Albuquerque
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os militares seguirão suas ordens de tomar as ruas contra as medidas de isolamento social, caso necessário. A declaração foi feita na noite desta sexta-feira (23), em entrevista à TV A Crítica, do Amazonas.
"Se tivermos problemas, nós temos um plano de como entrar em campo. E eu tenho falado: eu sou chefe supremo das Forças Armadas. Se precisar, iremos para ruas, não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição. E, se eu decretar isso, vai ser cumprido esse decreto", disse.
O Governador do Ceará Camilo Santana até o momento, não se manifestou sobre as declarações do presidente.
Segundo Bolsonaro, as medidas de isolamento social estariam descumprindo a Constituição.
"As Forças Armadas podem ir pra rua um dia sim, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer cumprir o artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, alguns poucos prefeitos, mas que atrapalha toda nossa sociedade", criticou.
O artigo 5º da Constituição diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade".
Bolsonaro comentou que o auxílio emergencial foi o que segurou a ocorrência de um caos generalizado no Brasil. Entretanto, ele afirmou que não podia manter o auxílio em R$ 600, valor que foi pago até o ano passado, devido ao endividamento público. "Isso tem prejudicado a família brasileira. O número de suicídio tem aumentado, o desespero... Vamos temer o vírus, mas o desemprego não pode ser abandonado", disse.
Também durante a entrevista, Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina, criticou a imprensa e tocou a mão de mais de três funcionários da emissora.
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