COVID-19: MUNICÍPIOS CEARENSES ENFRENTAM ESCASSEZ DE LEITOS DE UTI E OXIGÊNIO

Diversos municípios cearenses já enfrentam o colapso no sistema de saúde por conta da pandemia de covid-19. 

Por: Alex Albuquerque


Segundo os dados do IntegraSUS, atualizados na noite da última segunda-feira (8), dez municípios já estão com 100% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ocupados. Outros seis também apresentam lotação máxima nos leitos das enfermarias.

Em todo o estado, 19 hospitais estão sem vagas para pacientes com covid-19 nas UTIs. Entre eles estão unidades de saúde que são essenciais para os municípios no interior do Ceará, como o Hospital Regional do Cariri e o Hospital Regional Norte.

No caso deste último, o cenário é ainda mais preocupante, porque o número de pessoas internadas nas enfermarias já passa da capacidade da unidade. O Hospital Regional Norte disponibiliza 38 leitos de enfermaria para pacientes com covid-19, mas a ocupação na noite da segunda-feira era de 40 pacientes. As vagas para UTIs também já se esgotaram.

Confira os municípios que estão com 100% dos leitos de UTI ocupados

Brejo Santo

Caucaia

Crateús

Crato

Irauçuba

Itapipoca

Limoeiro do Norte

Maranguape

Sobral

Tianguá

Confira os municípios que estão com 100% dos leitos de enfermarias ocupados

Barreira

Bela Cruz

Catarina

Coreaú

Jaguaretama

Maranguape

Oxigênio

Além de enfrentar a falta dos leitos, os municípios cearenses também passam por dificuldade em conseguir oxigênio para os pacientes. Segundo o balanço da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), 74 cidades estão em situação crítica, 67 estão próximas do limite e 10 já entraram em colapso quando o assunto é abastecimento do gás.

Na última segunda-feira, a Associação participou de uma reunião com o Ministério Público do Ceará (MPCE) e fornecedores de cilindros de oxigênio, para avaliar a situação e traçar estratégias.

“Essa é uma situação da maior gravidade que ocorre porque não houve um planejamento adequado, mas que precisa ser resolvido”, diz o promotor Eneas Romero, um dos representantes do MPCE na reunião.

Um novo encontro deve acontecer na próxima quarta-feira (10). O Ministério Público solicitou que os municípios levem o cálculo preciso da demanda de oxigênio esperada para esse período de segunda onda.

“O sistema de saúde é único e funciona com compartilhamento de suas partes. Se um município faz a sua parte e o vizinho não, todos vão sentir. Por isso precisamos de uma solução urgente, dialogada e emergencial. É preciso planejar e já executar, discutir sistemicamente. Se eventualmente acontecer algo mais grave, pessoas morrendo sem oxigênio, alguém vai ter que ser responsabilizado. Mas estamos buscando soluções ágeis, legais, que façam cumprir a lei e evitem o pior”, garante o promotor.

Em nota divulgada no último domingo (7), a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que garantiu o fornecimento do gás para as unidades da rede estadual de saúde. “Este suprimento tem como base de cálculo números cinco vezes maiores que a demanda máxima do pico da pandemia de covid-19 do ano passado, considerando manutenção do abastecimento por 90 dias”, diz a nota.

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