Expectativa é que o ministro Celso de Mello, do STF, decida até esta sexta-feira se divulgará íntegra da polêmica reunião ministerial do dia 22 de abril, a última com o então ministro Sergio Moro
Por: Alex Albuquerque
Em transmissão online em sua página do Facebook, o presidente Jair Bolsonaro disse que optou por não destruir a gravação integral da reunião ministerial do dia 22 de abril, depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro citou a gravação como prova das acusações de interferência na Polícia Federal por parte do chefe do Executivo federal, no contexto do inquérito que está sob o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal.
No começo desta semana, Celso de Mello disse que decidiria até esta sexta-feira, 22, se divulgará ou não a gravação da reunião ministerial.
"Quando estava na iminência de destruir essa fita, veio o depoimento do ex-ministro Sergio Moro, falando que tinha prova na fita. Eu não destruí. Seguramos a fita, o ministro Celso de Mello pediu e em respeito a ele, à Constituição, ao seu legítimo direito de questionar, de julgar, entregamos", disse Bolsonaro, que aproveitou para apelar ao magistrado para que não seja divulgada a fita em sua versão integral, uma vez que determinados trechos da reunião trazem comentários que podem impactar as relações entre o Brasil e outras nações.
"Fizemos um pedido para que fosse divulgado só as partes que interessam ao inquérito. Tudo pode ser divulgado, menos duas passagens que falam de política internacional. Não revelem, é um constrangimento".
De acordo com Bolsonaro, há na fita falas e "brincadeiras" feitas na "informalidade" e com palavrões que podem gerar desgastes. "Não é o caso de tornar público isso daí. Grande parte da mídia vai me botar falando um palavrão e questionar se estou à altura do cargo que represento. Não é por aí, meu Deus do céu", argumentou o presidente da República.
O presidente também voltou a criticar a cobertura da imprensa. "Um maluco dá um depoimento, vira manchete em tudo quanto é jornal como se fosse a verdade absoluta", reclamou Bolsonaro, sem dizer exatamente a quem se referia.
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